segunda-feira, novembro 10, 2008

Jornalista de moda criator

Esta circula pela internet há um tempinho. Bobagem das mais engraçadinhas, na minha opinião.

COMO SE TORNAR UM JORNALISTA DE MODA
Cansado de ser apenas um rostinho esquisito no mundo fashion? Triste por não ter uma profissão definida? Cansado de ser assistente de produção de editorial de moda da Iesa Rodrigues para o Jornal do Brasil?
Seus problemas estão parcialmente resolvidos. Saiba aqui e agora como se tornar um jornalista de moda em apenas uma hora. Ainda dá tempo de cobrir a semana de moda para algum site. Vai!
No início, era apenas Cristina Franco e Regina Guerreiro. No sétimo dia da semana de moda, elas descansaram e Deus, então, criou outras jornalistas de moda. Hoje elas estão por toda parte, principalmente fora das redações - já que sempre tem um almoço ou um happy hour de assessoria de imprensa em algum lugar. Veja bem, qualquer pessoa física pode ser um jornalista de moda, ao contrário do que pensa o pessoal do suplemento de TV.
1. Passe um tempo fora, de três a seis meses - que é o tempo de validade do seu visto de turista - e volte dizendo que fez cursos profissionalizantes na área. Invente um nome para o curso, tipo "fashion targets" ou "fashion label control". O importante é ter a palavra fashion.
2. Para qualquer evento, faça chuva ou faça escova, não deixe de usar óculos escuros grandes. Se perguntarem, diga sempre que é um vintage de alguma marca que voltou com tudo (Balenciaga funciona muito bem) ou que pertenceu a sua avó. Ninguém precisa saber que a ela, na verdade, é uma senhorinha pacata que mora em Viçosa e que de vintage mesmo só tem o nome: Dona Hermenegilda.
3. Não pense no que vai escrever, pense no que vai usar. Texto não é o seu forte e jabá é seu ponto fraco.
4. Para sua matéria sobre as coleções, use termos-chave como flerte da estação, vedete da temporada e comprimentos vaporosos. Adicione algumas frases dos releases, coloque algumas palavras em inglês e pronto! O resultado é quase uma música tribalista, mas não se preocupe: ninguém vai ler.
5. Suas roupas precisam ser estranhas, você é uma pessoa-tendência e super entende o que rola na Escola Belga.
6. Ah, recuse imitações e não tente usar peças falsificadas. É falta grave, afinal se você usa uma peça genérica é porque dá, sim, valor às marcas e só não usa porque é dura e ainda não terminou de pagar a prestação de seu Ford Fiesta sem opcionais de fábrica.
7. Se estiver no Rio, dê o sangue para ir a uma das festas de Lenny Niemeyer. Ao entrar, diga olá para a anfitriã, aproveite a meia-luz para que ela te confunda com qualquer outro jornalista de moda. Em época de desfiles, vale passar por imprensa internacional ou, no caso de você ser homem, namorado de algum designer de passagem pelo Rio. Em São Paulo, use preto e roupas com zíper e velcro, faça cara de tédio, faça o íntimo de algum travesti fashion icon, não fale com ninguém, não coma nada, nem ninguém. Se tiver música na pista, invente uma dança solta e faça passos estranhos. Aquela travesti que você ficou amigo na primeira hora vai te imitar. Assim nascerá uma nova tendência.
8. Não precisa de muito mais, basta ter o segundo grau completo, o terceiro em exercício - matrícula trancada também vale - e boa caligrafia. Atenção: curso de datilografia e noções básicas de inglês não contam. Nem espanhol intermediário.

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